sábado, 10 de julho de 2010

Caso Bruno

Advogado de defesa planeja investigação

paralela à da polícia no caso Bruno


O advogado Zanone Júnior, um dos defensores do ex-policial civil Marcos Aparecido, conhecido como “Bola” e acusado pela Polícia Civil de Minas Gerais de ser o executor de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Souza, disse neste sábado (10) que a defesa vai iniciar uma investigação paralela à da polícia no caso.

Segundo ele, a intenção é pedir à Justiça acesso ao material colhido nas diligências feitas até o momento para que peritos contratados pela defesa apresentem laudo independente. O advogado faz parte da equipe de Ércio Quaresma, responsável pela defesa do atleta, da mulher dele, Dayanne Souza, de Luiz Henrique Romão, conhecido como “macarrão”, além de mais três acusados de participação no sumiço e assassinato de Eliza que foram presos nesta última sexta-feira.

“Eu havia conversado com o doutor Quaresma no sentido de contratarmos peritos para acompanhar essas diligências que foram e serão feitas, como teste de DNA, de Luminol (substância que indica a presença de sangue). Nós queremos fazer exames separados dos oficiais, até para efeito de contraprova e confrontação”, disse Júnior.

Para tanto, ele disse que vai pedir à Justiça acesso ao material já colhido pela polícia civil de Minas Gerais. No caso, a prova mais contundente até o momento, seria o sangue encontrado no carro do goleiro, uma Land Rover, que, segundo as investigações, era de Eliza Samudio. O veículo foi apontado pela polícia como o carro que levou a ex-namorada do jogador, no início do mês passado, do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

“O código de processo penal, com a última reforma de 2008, permite essa intervenção do advogado de defesa, tanto na fase judicial quanto na fase policial (investigação). Nós vamos dirigir esse requerimento à autoridade judiciária que decretou as prisões. Nós vamos pedir que parte do material que foi colhido, por exemplo, na Range Rover, seja concedido à defesa para que façamos a nossa análise”, explicou.

Ele afirmou que essa conduta, se acatada pela Justiça, vai ser feita daqui para adiante nas novas provas materiais que venham a ser colhidas pelos responsáveis da investigação.

“A defesa tem que ter acesso ao inquérito e ao material colhido. Se a defesa tem um perito constituído, por que não ele também não pode fazer o exame nesse material. O nosso perito não vai destruir nada”, questiona o advogado. No entanto, ele disse ainda que esses especialistas ainda não foram contratados. “Isso vai demandar alguns dias.”

Ele afirmou que uma reunião será feita neste domingo entre os advogados de defesa para que possam agendar os próximos passos. No entanto, ele adiantou que dificilmente o pedido de habeas corpus pleiteando a liberação dos suspeitos será feito neste fim de semana.

Júnior disse que provavelmente na segunda-feira os advogados de defesa devem entrar com pedido de habeas corpus para tentar soltar os clientes.

O advogado disse ter conversado rapidamente com Marcos “Bola” ainda no departamento de investigações de Belo Horizonte. Afirmou ter orientado o cliente a “não colaborar de forma nenhuma” com os investigadores do caso até que, segundo Júnior, a defesa tenha “total acesso ao inquérito policial”. Esse impedimento ao inquérito policial sobre o caso é a principal reclamação feita pelos defensores.

Copa do Mundo - Alemanha Terceiro Lugar na Copa


Alemanha resgata ataque envolvente,

vira contra o Uruguai e fica em terceiro

O ataque mais envolvente e eficaz da Copa do Mundo não podia falhar outra vez. Neste sábado, a Alemanha deixou de lado toda a frustração pela derrota na semifinal e derrotou o Uruguai por 3 a 2, de virada, em um duelo aberto e vistoso em Port Elizabeth. Com isso, repetiu a campanha de 2006 e ficou com a terceira colocação do Mundial na África do Sul.

Ao contrário do que aconteceu na semi diante da Espanha, a Alemanha voltou a exibir flashes do futebol ofensivo que caracterizou a equipe, dona do melhor ataque do torneio com 16 gols. No fim, o time germânico levou a melhor com gols de Müller, Jansen e Khedira. Cavani e Forlán marcaram para o Uruguai.

A conquista na África do Sul ainda confirmou a histórica sina de sucessos da Alemanha contra o rival sul-americano. Além de repetir o triunfo da disputa do terceiro lugar de 1970, a equipe europeia ampliou a invencibilidade quase centenária contra o Uruguai. Desde 1928, a seleção celeste não vence qualquer partida oficial contra o time germânico.

Desta forma, resta aos comandados de Oscar Tabárez lamentar o adeus à competição com outra derrota. Considerado uma das grandes surpresas do torneio, o Uruguai pode ao menos se consolar com o fato de ter igualado a colocação de 40 anos atrás, a melhor do time desde o bicampeonato mundial no Maracanazo de 1950.

Ambas as seleções basearam suas campanhas com a coletividade ofuscada pelos destaques individuais. Neste sábado não foi diferente para nenhum dos lados. Como resultado, as equipes mantiveram o histórico das disputas de terceiros lugares e protagonizaram um jogo aberto e repleto de gols.

Quando a partida começou, a Alemanha encontrou facilidade para impor seu estilo movida pelos espaços dados no meio-campo uruguaio. Logo aos 10min, o time europeu mandou a bola no travessão com cabeçada de Friedrich. Oito minutos depois, Müller mostrou oportunismo e finalmente abriu o placar.

O gol forçou o Uruguai a sair da defesa. E foi justamente com um erro do melhor passador da Alemanha que a equipe celeste igualou o marcador. Cavani aproveitou falha na saída de bola de Schweinsteiger e empatou o jogo. Depois disso, os dois adversários adotaram uma postura cautelosa e não alteraram o marcador até o intervalo.

A etapa final começou de maneira renovada para os sul-americanos, que viraram a partida logo aos 6min, com um golaço de Forlán. Mas a Alemanha não se abateu e, mesmo sem contar com quatro titulares, demorou apenas cinco minutos para igualar o confronto com gol de Jansen.

A partir daí o duelo ficou ainda mais aberto, com os padrões táticos deixados em segundo plano pelas equipes. Enquanto isso, o time de Joachim Low sentia a falta de Klose, lesionado. Porém, foi aí que apareceu o oportunismo do volante Khedira, que selou o triunfo do time europeu com um gol de cabeça aos 37min. Alemanha em terceiro lugar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Copa do Mundo - Holanda segue


Holanda confirma favoritismo e assegura

primeira final européia fora da Europa

A Holanda era a favorita indiscutível e se impôs ao Uruguai, como se esperava, na primeira semifinal da Copa de 2010, por 3 a 2, e vai para a sua terceira final, depois de fracassar em 1974 e 1978. A vitória assegura uma final entre duas seleções européias, já que a outra semifinal será entre Espanha e Alemanha, o que nunca havia ocorrido num Mundial disputado fora do continente europeu.

Bem posicionado na defesa, e com os nervos sob controle, o Uruguai levou um gol no início do primeiro tempo, mas encontrou forças para reagir, empatar e quase virar a partida no segundo tempo. A Celeste, que não chegava tão longe num Mundial desde 1970, fez uma partida equilibrada até os 25 minutos do segundo tempo, quando sofreram um gol irregular

Num sinal claro do desequilíbrio de forças, antes do início da partida, os fotógrafos posicionados em frente aos holandeses na hora da execução dos hinos nacionais representavam quase o dobro daqueles interessados em fotografar os uruguaios.

Mas quando a bola rolou, o Uruguai mostrou que tinha ambições na partida. Ainda que jogando com três volantes – Perez, Gargano e Arevalo –, a seleção marcava a saída de bola com cinco jogadores no campo da Holanda. Para uma seleção que evita o chutão para frente, como a holandesa, foi uma dificuldade a mais.

A primeira surpresa ocorreu logo aos 4 minutos. Robben recebeu a bola e, no lugar de fazer o de sempre, cortar para a esquerda, driblou para a direita, cruzou, o goleiro Muslera soltou a bola no pé de Kuyt, que desperdiçou. A segunda surpresa, deu-se 14 minutos depois, quando o lateral-esquerdo Van Bronckhorst acertou um chute magnífico de fora da área, indefensável.

Pouco acionado, e bem marcado, Robben sofreu apenas uma falta no primeiro tempo (contra o Brasil, foram quatro), mas Gargano ganhou cartão amarelo pela entrada. A partida caiu muito depois que Cáceres tentou uma bicicleta na entrada da área holandesa, mas acertou violentamente o nariz do volante De Zeeuw, levando cartão amarelo. No momento em que o jogo estava mais morno e sem graça, Forlan recebeu uma bola pelo meio e arriscou um chute forte de fora da área, empatando a partida.

A Holanda voltou para o segundo tempo mais ofensiva, com o meia Van der Vaart no lugar de De Zeeuw. Mas quem quase marcou primeiro foi o Uruguai. Boulahrouz atrasou mal a bola, Cavani dividiu com o goleiro, Álvaro Pereira chutou para o gol vazio, mas Van Bronckhorst salvou. Aos 22, em ótima cobrança de falta, Forlan quase ampliou para os uruguaios.

Os holandeses definiram a partida na segunda vez que a equipe foi ao ataque no segundo tempo, aos 25 minutos. Sneijder recebeu na entrada da área e chutou cruzado. Van Persie, em posição de impedimento, não tocou na bola, mas tirou o pé, o que pode ser interpretado como participação no lance. Três minutos depois, Kuyt cruzou na cabeça de Robben, que fez 3 a 1. Num bom chute de fora da área, Max Pereira diminuiu para os uruguaios aos 47 minutos.

Na platéia, como de hábito, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, o presidente da Fifa, Sepp Blatter, e o príncipe Willem-Alexander, da família real holandesa